INTRODUÇÃO:
Enfim em casa e com tempo para agradecer a Deus por mais uma conquista e a todos que emanaram energias positivas, mensagens de apoio, que se preocuparam e que tb se identificaram com a vibe dessa vertical trip. Aos meus parceiros Hillo Santana, Marvio Oliveira e o Japa e nossas esposas Claudinha Ferreira, Patricia Lins e a esposa de Hillo e do Japa fica um agradecimento mais que especial, nada seria possível sem o apoio de vcs! Valeu mesmo! Foram 9 dias nessa montanha maravilhosa - El Capitan - no Yosemite Valle sendo 6 dias dormindo na vertical. Foi foda, não faltou ralação, companheirismo, discussões, momentos de incerteza, quedas, trabalho em equipe e muito visual. Medo?? Só dos ursos e da falta de água. E no fim de tudo isso... um sonho de anos realizado! Não tem preço, não tem obstáculos que possam nos parar... só a morte! E por falar nela, quero dedicar essa escalada a um grande esportista e amigo de Nova Friburgo, Alexandre, um dos maiores canoístas que já conheci que perdeu a vida na prática do esporte que amava. Fica em paz e não pare de se aventurar onde estiver! E para aqueles que ainda insistem em perguntar: Pq descer rios, voar e subir montanhas??? Como dizia George Mallory, simplesmente pq eles estão lá!
1˚- DIA. “Abraçando um Gigante no Parque de Yosemite”.
Olá pessoal!
Desculpe-me pelo atraso na postagem, pois foi uma semana corrida até que acabei embarcando e as coisas ficaram mais calmas. Coloquei uma pequena introdução acima para pularmos esta parte de sonhos, agradecimentos, e outros blablablas, vamos direto para o que interessa a escalada deste gigante chamado El Capitan e o negócio é giga mesmo, não vou me aprofundar muito sobre como foi todo o início da expedição e sim a escalada pois estou produzindo um vídeo onde conto com detalhes toda a aventura desde o início do sonho até depois da escalada e fiz uma postagem no blog com toda a cronologia dos 11 dias que passamos no parque, então bora pra parede.
Placa indicando que temos que pegar a 120 East para Yosemite.
Depois de alguns meses me preparando e planejando finalmente
desembarco no Rio de Janeiro para encontrar meu primeiro parceiro de escalada
nesta vertical Trip, o escalador carioca Hillo Santana, nos encontramos no aeroporto do Galeão e logo começamos a acertar os últimos detalhes da viagem. Despachamos as malas sem problemas de excesso
de peso e logo fomos para a sala de embarque e rapidamente já estávamos levantando voo em direção a Dallas no Texas, nossa primeira parada em EUA.
O El Capitan e toda a parede da via The Nose.
Assim que nos reunimos todos juntos pela primeira vez alugamos um carro e fomos direto para o Taco Bell, fazer uma larica e falarmos sobre o que tínhamos que fazer antes de subirmos para o parque, vou pular esta parte de compras mas acabamos dormindo em Berkeley, e no dia seguinte já muito ansioso para colocar o pé na estrada em direção ao parque de Yosemite, ainda tivemos que voltar em algumas lojas e no mercado mas em fim pegamos a estrada, e todos ficamos mais calmos por estar saindo da babilônia, bom pelo menos foi o que achamos!
Todos reunidos no carro em San
Francisco partindo para as compras em Berkeley.
Assim que desembarcamos passamos pela imigração o cara
encrencou com o visto do Hillo, mas entramos sem problemas, ou melhor, o
problema foi depois que entramos e tivemos que pegar um trem para ir para outro
terminal e acabamos quase perdendo o voo para San Francisco, tivemos que correr
no aeroporto que nem loucos, mas pegamos o avião. Lá de cima a vista era
intrigante, pois esta parte dos EUA é um verdadeiro deserto e ficávamos pensando! É vamos fritar naquela parede.
Primeira visão do El Capitan e do Half Dome.
Primeira visão do El Capitan e do Half Dome.
Quando estávamos quase chegando o piloto anunciou que
estávamos sobrevoando o Yosemite vale, mas não dava para ver o El Cap ou o Half
Dome só um deserto, foi ai que realmente entendemos que a montanha era
totalmente diferente de tudo que tínhamos escalado na verdade o vale é uma depressão
gigantesca que afundou na terra, ou melhor, que foi cortada pelo gelo a milhões
de anos atras, iriamos escalar uma parede de 900 metros de altura com uma
extensão de mais de 1000 m para sairmos do vale e chegar na parte de cima do
deserto.
Assim que desembarcamos em San Francisco e estávamos saindo para pegar os haubags encontramos os outros dois membros da equipe o Marvio Olineira o terceiro escalador da expedição e o Japa que nos ajudou com nossa logística em San Francisco, gostaria de agradecer novamente ao Japa, pela estadia e paciência em ir fazer compras com agente pois estávamos pior que mulheres soltas em um shopping com cartões de créditos.
Assim que desembarcamos em San Francisco e estávamos saindo para pegar os haubags encontramos os outros dois membros da equipe o Marvio Olineira o terceiro escalador da expedição e o Japa que nos ajudou com nossa logística em San Francisco, gostaria de agradecer novamente ao Japa, pela estadia e paciência em ir fazer compras com agente pois estávamos pior que mulheres soltas em um shopping com cartões de créditos.
O El Capitan e toda a parede da via The Nose.
Assim que nos reunimos todos juntos pela primeira vez alugamos um carro e fomos direto para o Taco Bell, fazer uma larica e falarmos sobre o que tínhamos que fazer antes de subirmos para o parque, vou pular esta parte de compras mas acabamos dormindo em Berkeley, e no dia seguinte já muito ansioso para colocar o pé na estrada em direção ao parque de Yosemite, ainda tivemos que voltar em algumas lojas e no mercado mas em fim pegamos a estrada, e todos ficamos mais calmos por estar saindo da babilônia, bom pelo menos foi o que achamos!
Hillo no parque de Yosemite com o ônibus que circula de graça pelo parque e o Half Dome ao fundo.
Levamos cerca de 3 hs até chegarmos na entrada do parque onde pagamos uma taxa de 20 dólares por carro para estadia de 7 dia o máximo permitido, e assim que andamos mais alguns minutos a primeira visão do El Capitan e do Half Dome, realmente só naquele momento que a ficha caiu ! Puts estamos aqui mesmo e ele parece ser gigante. Tiramos muitas fotos filmamos e nos jogamos dentro do carro para chegar no vale e termos uma vista melhor de toda a montanha.
Montanhas ao redor do Vale de
Yosemite.
Esquilo roendo uma migalha no Camp 4 e o Posto de controle na entrada do Camp 4.
Além disso o vale é rodeado de montanhas por todos os lados cortado por um rio de águas verdes e pinheiros enormes, realmente era de impressionar a estrutura e organização do parque com seus estacionamentos, áreas de Camping, lojas, mercados, área para banho, piscina e muitos guardas parques espalhados por todas as partes como estávamos nas férias de verão nos EUA o parque estava lotado de turistas mas com aquele calor de mais de 40 graus havia pouca gente se aventurando nas maiores paredes do parque, pois qualquer escalada de uma via grande seria necessário uma grande quantidade de água e sentimos esta necessidade durante toda escalada.
Escalador tentando o Boulder Midnight Lightning V8 no Camp 4.
Caixa metálica usada para guardar
comida nos acampamentos
e trilhas do parque e a foto dos ursos que visitaram o Campo
4.
Infelizmente não tinha vaga no Campo 4 para o dia que chegamos e a guarda parque falou que podíamos tentar nos hospedar em uma outra área do parque o problema é que ela era muito longe do El Cap, então resolvemos que não íamos perder mais tempo e iriamos iniciar nossa subida pra base da montanha hoje mesmo e dormiríamos por lá clandestinos. Demos uma volta no Campo 4 para ver se esbarrávamos com alguém ou para buscarmos informações sobre Camping mas nada, tivemos foi o privilégio de ver um escalador tentando o famoso boulder Midnight Lightning, um clássico dos clássicos de Yosemite.
Marvio na caminhada a procura da base da via The Nose.
A parede da via Zodiac.
Nosso carro estava lotado de bugigangas até o teto coitado do Hillo veio atras igual que tava numa lata de sardinha. Começamos cada uma a arrumar uma mochila com material para bivacarmos na base da via, na verdade estávamos era a procurando a base da via acabamos subindo a trilha que tinha a esquerda e logo tocamos reto por um leito seco de pedras, o caminho das pedras nos levou até a base do El Capitan . A cada passo o negócio ia ficando cada vez maior e imponente, até que chegamos aos seus pés pudemos pela primeira vez tocar seu granito branco escorregadio realmente como me disseram outros amigos que já tinham escalado em Yosemite este granito pare-se que foi polido, mas a energia que ele emanava era mesmo de uma montanha magnifica e com uma história linda para toda a comunidade de escaladores do mundo, realmente foi um abraço e tanto. Nos acabamos saindo na base de uma outra via muito famosa a Zodiac.
Hillo arrumando o haubag para levarmos
uma carga de água até um platô no início da via.
Acabou que tivemos
que beirar a pedra mais para a esquerda descendo um pouco pois a base da The
Nose fica no ponto mais baixo da montanha, mas finalmente achamos o início da
via e um local para bivacarmos em sua base. Deixamos as mochilas na base e
fomos explorar o início da rota que era bem tranquila, agora estávamos mais
calmos tínhamos achado a via e um lugar para dormir mas como ainda tinha luz do
dia pois só escurecia as 9 hs, decidimos voltar até o carro para fazermos um
porteio de equipamentos e água para a base da via.
TRAÇADO DA VIA THE NOSE.

(A via The Nose foi conquistada pelos escaladores americanos Warren Harding, Wayne Merry e George Whitmore e 12 de Novembro de 1958, após 12 dias de escalada em artificial hoje a via é cotada em 6 VIIa (A2+/ IXb) E4 D6 com 900 m de altura e 1100 de extensão).
TRAÇADO DA VIA THE NOSE.

(A via The Nose foi conquistada pelos escaladores americanos Warren Harding, Wayne Merry e George Whitmore e 12 de Novembro de 1958, após 12 dias de escalada em artificial hoje a via é cotada em 6 VIIa (A2+/ IXb) E4 D6 com 900 m de altura e 1100 de extensão).
Queríamos começar a encordar a mesma logo cedo e abri um
acesso até um platô umas 4 cordadas acima para estocarmos água, comida e
equipamentos. Durante a descida acabamos descendo pela trilha correta e
encontramos muitas pessoas caminhando até a base do El Cap, foi uma jornada
cansativa toda esta faze de porteio no final de dois dias foram 8 porteio do
carro até a base da montanha.
CROQUI DA PRIMEIRA PARTE DA VIA THE NOSE.
CROQUI DA PRIMEIRA PARTE DA VIA THE NOSE.
Eu e Marvio chegamos exaustos no bivaque depois de portearmos dois haubags lotados de equipos e água, mas mesmo assim eu não consegui dormi direito bolado de algum urso aparecer durante a noite pois a vida selvagem no parque é muito ativa tanto durante a noite como no dia esquilos, corvos, veados e ursos andam livremente no parque todo.
2˚- DIA. ”Porteando Água e Equipamentos na The Nose”.
Depois de tirar alguns cochilos durante a noite, o dia começou
a clarear e consegui dormi uma hora até que fui acordado pelo Marvio que tinha
acordado bem cedo e ido fazer um porteio no carro, buscando um café da manhã e
equipamentos, Hillo ainda roncava quando começamos a comer. Resolvemos que desta vez eu ficaria na base para arrumar as coisas para encodarmos o início da via e começar o porteio com as cordas fixas até um plato no final da terceira
cordada, enquanto eles iriam fazer umas compras, encher uns galões de água e ir
no correio pegar o porta ledge.
Primeiro dia de escalada na via The Nose.
Fiquei no bivaque arrumando tudo para subirmos colocar toda a comida dentro de 3 sacos plásticos, passar silvertep nas tampas das garrafas, cortar e amarrar cordeletes em todas as garrafas de água e tudo mais que estava solto, pois uma vez lá em cima tudo deve estar amarrado, separar cerca de 50 friends e equipamentos ativos e passivos, 3 cordas, mosquetões nem faço ideia de quantos levamos. Tudo pronto fui preparar um café e quando vi o Marvio e o Hillo apareceram na trilha cada um com mais um haubag lotado, e ainda iriamos voltar no carro mas duas vezes. Rapidamente eu e o Hillo começamos a nos preparar para começarmos a escalada da The Nose.
Hillo e Léo abrindo caminho na terceira enfiada da via The Nose.
Enquanto Marvio descansava fomos para a base e fizemos as
três primeiras cordadas da via deixando duas cordas fixas e uma pela metade na
terceira enfiada pois ficamos sem Friends e tivemos que descer para a base
descansamos um pouco e depois todos subimos novamente cada uma com um haubag
cheio, depois desta primeira missão que percebemos que não seria nada fácil
carregar todo aquele peso de equipamentos, comida e 60 litros de água parede acima, mas estávamos ali pra isso.
Hillo encordando a terceira enfiada
da via.
Demos como encerrado o dia resolvemos descer novamente para o parque para tomarmos nosso último banho pelos próximos 7 dias comer em uma lanchonete, comprar as últimas coisas e carregar as baterias dos celulares e câmeras. Quando voltamos para o estacionamento do El Cap, novamente arrumamos os haubegs para o último porteio com uma carga extra de água. Subimos a trilha para a base já anoite e quando chegamos ainda tivemos que fazer uma enfiada da via para pendurarmos toda a nossa comida que tínhamos comprado com medo dos ursos. Foi mais uma noite sem dormir direito apesar do céu lindo que estava fazendo sobre nossas cabeças com o visual de todo o head Wall que iriamos escalar durante 7 dias, que ficava ainda mais alucinante com as head lamps de uma cordada que estava no final da SalatWall e ficava imaginando logo lo é a minha head lamp que vai estar iluminando esta parede, mas ainda assim o medo de ser acordado com um urso na sua cara nos deixou tensos e só relaxamos mesmo quando passamos nossa primeira noite pendurados num abismo de 150 m no porta ledge.
3˚- DIA. “Primeira Noite Dormindo na Vertical”.

Resolvemos que o Hillo e o Marvio iriam começar a escalada fazendo o primeiro porteio e ele iria dar uma segue para o Hillo acabar de encordar a terceira enfiada enquanto para mim sobrou a missão de descer novamente até o carro com todo o lixo e material que não iriamos usar na parede !Puts não dava pra acreditar que teria que voltar no carro estava doido pra entra na parede e desfrutar da escalada de um dos Big walls mais clássicos do mundo.
Marvio dando segurança para o Hillo encordar a quarta enfiada e eu arrumando toda a tralha no platô.
Passei as cordas para o Marvio e o Hillo segui guiando a quarta enfiada e enquanto eu tentava desesperadamente socar tudo que estava pro lado de fora para dentro dos haubags, porta ledge e até mesmo o shiit tube estava cheio de comida. Hillo foi subindo a quarta enfiada e quando chegou no final ele fixou as cordas e o Marvio começou a subir e logo o nosso primeiro içamento de cargas, coloca a roldada com trava na corda estática e tome de puxar o haubag, ele quasse não se move mas aos poucos ele foi subindo. Acabou que quando conseguimos içar tudo ainda ficaram 6 galões de água que tive que subir com tudo pendurado foi foda, ainda mais que neste dia estava rolando um incêndio no parque e a fumaça estava muito forte tornando o ar ainda mais seco e difícil de respirar.
Acordamos bem cedo e logo começou a agitação fazer um café,
encher dois haubegs uma mochila carregar o porta ledge, shiit tube e mais uns
galões de água logo nos demos conta que não teríamos como acomodar toda a nossa
carga nos haubags e mochilas, mas fomos assim mesmo e lá encima a gente ia ver
o que poderíamos fazer para pelo menos conseguir levar tudo até o primeiro bivaque na vertical.
Hillo se aquecendo e eu arrumando tudo para começarmos
nossa jornada de 6 dias dormindo na parede vertical do El Capitan.
Resolvemos que o Hillo e o Marvio iriam começar a escalada fazendo o primeiro porteio e ele iria dar uma segue para o Hillo acabar de encordar a terceira enfiada enquanto para mim sobrou a missão de descer novamente até o carro com todo o lixo e material que não iriamos usar na parede !Puts não dava pra acreditar que teria que voltar no carro estava doido pra entra na parede e desfrutar da escalada de um dos Big walls mais clássicos do mundo.
Fui descendo a trilha correndo mas com cuidado parra não me
machucar cheguei no carro e comecei a arrumar tudo dando um check liste e
acabei achando algumas coisas que havíamos esquecido e aproveitei para dar mais
uma carga nas baterias. Novamente estava subindo a trilha de volta a base para
enfim começar a escalar. Quando estava chegando vi os caras já no início da
quarta enfiada. Corri até a base me equipei e quando coloquei o meu haubag
nas costas não dava pra acreditar que peso desgraçado mas fui jumaredando as
cordas fixas e logo cheguei no platô onde tinha vários galões de água e
equipamentos e pensei ! Ferrou pra carregar tudo isso.
Marvio dando segurança para o Hillo encordar a quarta enfiada e eu arrumando toda a tralha no platô.
Passei as cordas para o Marvio e o Hillo segui guiando a quarta enfiada e enquanto eu tentava desesperadamente socar tudo que estava pro lado de fora para dentro dos haubags, porta ledge e até mesmo o shiit tube estava cheio de comida. Hillo foi subindo a quarta enfiada e quando chegou no final ele fixou as cordas e o Marvio começou a subir e logo o nosso primeiro içamento de cargas, coloca a roldada com trava na corda estática e tome de puxar o haubag, ele quasse não se move mas aos poucos ele foi subindo. Acabou que quando conseguimos içar tudo ainda ficaram 6 galões de água que tive que subir com tudo pendurado foi foda, ainda mais que neste dia estava rolando um incêndio no parque e a fumaça estava muito forte tornando o ar ainda mais seco e difícil de respirar.
Léo e Marvio na P-4.
Todo este tramite levou muito mais tempo que podíamos imaginar e quando o Hillo saiu para a quinta enfiada da via jé estava escurecendo ele conseguiu chegar no platô da Sichle Ledge onde dava para dormir tranquilamente umas duas pessoas, acabou que eu e o Marvio estávamos cansados e acabamos dormindo na P-4 mesmo, armamos o porta ledge pela primeira vez na vida e passamos nossa primeira noite na vertical do El Cap.
Hillo na quinta enfiada da via
chegando na Sichle Ledge.
Por incrível que pareça dormir num porta ledge é muito confortável e deu para esticar as costas e o corpo todo e pude dormir tranquilo pela primeira vez sem medo de um urso me acordar no meio da noite. Subimos a mochila do Hillo com seu equipamento de bivaque comida e água e ele passou a noite no platô, esta era apenas nossa primeira noite na montanha ainda teriam mais 5 pela frente.
A fumaça dos incêndios na Califórnia e no parque deixou o ar ainda mais seco e os olhos ardendo alem de uma
paisagem esquisita.
4˚- DIA. “Sichle Ledge e a Segunda Noite na Vertical”.
Por incrível que pareça o dia amanheceu sem muita fumaça e estávamos mas descaçados com uma boa noite de sono mas a ralação simplesmente
não parava desda hora que você acorda até a hora que vai dormir tem coisa pra
fazer e não tem como fugir. Logo pela manhã tomamos um café rápido, tiramos
umas fotos e rapidamente começamos a desmontar nosso acampamento vertical e
voltar a escalar.

Marvinho feliz por ter dormido num porta ledge pela primeira vez e sobrevivido.
Marvio foi na frente e eu fiquei mais uma vez para traz para soltar a carga, ele chegou no platô onde o Hillo estava e logo começamos a fazer mais um içamento de cargas. Uma vez toda a carga no platô fui limpando a via e me juntei ao grupo o platô era muito bom e acabamos ficando ali por dois dias, reorganizamos tudo e eu comecei a me equipar para guiar a próxima enfiada da via que era bem tranquila mas bonita, sempre seguindo uma sequencia de fendas, fui subindo até o final da fenda onde armei uma parada móvel e recolhi o Hillo que seguiu guiando a virada da fenda e conseguiu chegar no primeiro pendulo da via.
Marvinho feliz por ter dormido num porta ledge pela primeira vez e sobrevivido.
Marvio foi na frente e eu fiquei mais uma vez para traz para soltar a carga, ele chegou no platô onde o Hillo estava e logo começamos a fazer mais um içamento de cargas. Uma vez toda a carga no platô fui limpando a via e me juntei ao grupo o platô era muito bom e acabamos ficando ali por dois dias, reorganizamos tudo e eu comecei a me equipar para guiar a próxima enfiada da via que era bem tranquila mas bonita, sempre seguindo uma sequencia de fendas, fui subindo até o final da fenda onde armei uma parada móvel e recolhi o Hillo que seguiu guiando a virada da fenda e conseguiu chegar no primeiro pendulo da via.
Léo limpando a quinta enfiada da via
uma das inúmeras travessias da via.
Era uma parada dupla boa onde seguia em travessia para a
direita com algumas chapas e uma corda velha com a alma pra fora onde dava uma
ajuda parara fazer o pendulo para uma outra fenda alucinante e gigantesca. O
Hillo chegou a aparada na borda da fenda mas neste ponto ficamos um pouco
confusos pois tinha uma outra fenda a direita também gigantesca mas decidimos
seguir reto na primeira até uma outra parada tripla, infelizmente este era o
caminho mais difícil mas achávamos que era muito óbvio a linha e seguimos por
ali.
Resolvemos deixar este trecho todo encordado e voltar para o platô para almoçarmos e preparar
uma carga de água e equipamento para subirmos até a parada tripla, adiantando o porteio do dia seguinte e foi um adianto mesmo se não fosse o fato de estarmos na fenda errada. Comemos e logo começou a árdua tarefa de portear a carga de água, tivemos primeiro que arrastar a carga até uns dois platôres acima, montar uma parada com os nute pois todos os friends estavam lá em cima ajeitamos a carga para ser lançada parede afora e rolar para a direita o Hillo ficou na ponta desta vez para soltar a carga enquanto nos subiríamos para puxá-las.
Léo guinado uma das enfiadas da via
The Nose.
Resolvemos deixar este trecho todo encordado e voltar para o platô para almoçarmos e preparar
uma carga de água e equipamento para subirmos até a parada tripla, adiantando o porteio do dia seguinte e foi um adianto mesmo se não fosse o fato de estarmos na fenda errada. Comemos e logo começou a árdua tarefa de portear a carga de água, tivemos primeiro que arrastar a carga até uns dois platôres acima, montar uma parada com os nute pois todos os friends estavam lá em cima ajeitamos a carga para ser lançada parede afora e rolar para a direita o Hillo ficou na ponta desta vez para soltar a carga enquanto nos subiríamos para puxá-las.
Marvio comendo um famoso miojão no
platô da Sichle Ledge.
Fui na frente para acabar de limpar a via liberando as cordas fixas e acabei me deparando com uma situação que iria se repetir outras vezes durante a escalada um friend acabou ficando preso na fenda era um friend nacional feito pelo chiquinho de Petrópolis o bicho agarrou de uma maneira que não conseguimos tirar e ele acabou fazendo parte da via. Realmente foi uma das coisas que mais me impressionou durante toda a escalada foi a quantidade de equipamentos abandonados na via foram cerca de 40 frineds agarrados na via 30 nuts, 30 pitões e uns tricans fora a quantidade de fitas, cordeletes e mosquetões.
Final do segundo dia na parede com a
lua aparecendo pela primeira vez uma cena que iria se repetir por mais 5 dias.
Em seguida o Marvio subiu e quando ele chegou na parada
montamos a roldana e começamos a içar a carga e quando ela já estava quasse chegando o Hillo já estava a alguns metros de nos e então eu já sai jumarenado
para a parada tripla onde tínhamos fixado a última corda, assim que cheguei liberei as cordas e o Marvio começou a subir. Novamente reunidos montamos a roldana e começamos a puxar a carga de água parede acima uma cena que iria se repetir até o último dia, como
o dia já estava indo embora resolvemos descer novamente para o platô e curtir o
final do dia.
Léo e Marvio no porte ledge na
segunda noite na vertical do El Cap.
Cumprida a tarefa do porteio voltamos mais cedo para o platô e pudemos comer uma comida quente ir ao banheiro apreciar a vista e arrumar nosso bivaque com calma realmente eté acabou sendo o dia mais rilex de toda a escalada pois os dias que viriam pela frente seriam bem mais hard grid. Acabou que montamos o porta ledge no platô e o Hillo pode dormir debaixo dele abrigado do cerno e com um espaço melhor no platô para relaxar.
Hillo dormindo no platô da Sichle
Ledge embaixo do nosso porte ledge.
5˚- DIA. ”Voltando pra Via e a Terceira Noite na Vertical”.
Nós todos reunidos no platô antes de começarmos a escalar novamente, a foto foi tirada de uma cordada que estava tentando fazer a via em apenas 12 horas.
Assim como os carras começamos a nos ligar em nossa escalada e rapidamente começamos a subir pelas cordas fixas para fazer mais um porteio o que nos deixava muito lentos na parede fazendo com que a escalada não desenvolvesse rapidamente. Novamente na corda um susto o escalador que estava guiando a cordada tinha sofrido uma queda enorme e dado um grito aterrorizante e ficamos todos preocupados com o cara mas ele voltou pro lance e conseguiu passar.
Acordamos bem cedo na manhã após nossa segunda noite
dormindo na vertical e novamente aquela agitação loca fazer um café e comer ao
mesmo tempo em que arrumamos as nossas coisas, colocar tudo dentro dos haubags,
ir ao banheiro, pois no platô pudemos fazer um banheiro com mais privacidade se
é que da pra falar isso. Muitos me perguntam como fazemos para evacuar na vertical na
verdade fazemos na sacola e depois colocamos em um Shiit Tube uma espécie de
lata ou tubo de PVC, onde acomodamos as fezes e somos obrigados por lei a
carregar durante toda a escalada e depois quando chegarmos no Campo 4 , temos que
descartar em local apropriado.

Léo desarmando o acampamento vertical
na manha do quinto dia na montanha após a segunda noite dormindo na vertical.
E não adianta querer dar uma de esperto achando que ninguém vai ver que você está sem pois os guardas parques te observam o tempo todo na parede com lunetas e se constatam que sua cordada não tem o Shiit Tube quando você chaga no cume já tem uma equipe de guardas prontos para te prenderem e aplicar as multas pesadíssimas previstas na lei, assim como já ocorreu com outros escaladores que não respeitaram esta iniciativa que é super positiva pois na alta temporada a via chega a receber muitas cordadas e imagina só se todos evacuassem na via , ou melhor é melhor nem tentar imaginar o melhor a fazer é carregar sua lata parede acima.
Léo usando o banheiro após dois dias na vertical uma hora tínhamos que inaugurar.
Logo sedo percebemos umas vozes lá embaixo no início da via era uma cordada local que estava tentando fazer a via em menos de 12 horas, os caras eram muito loco eles dividiram a corda em duas enquanto um escalador escalava com um anel de corda de 20 metros o outro jumareava em única 20 metros e assim iam revezando a guiada sempre parando em móvel e de vez enquanto nas paradas, trocamos uma ideia rápida eles tiraram umas fotos nossas e sumiram na nossa frente.
Nós todos reunidos no platô antes de começarmos a escalar novamente, a foto foi tirada de uma cordada que estava tentando fazer a via em apenas 12 horas.
Logo sedo percebemos umas vozes lá embaixo no início da via era uma cordada local que estava tentando fazer a via em menos de 12 horas, os caras eram muito loco eles dividiram a corda em duas enquanto um escalador escalava com um anel de corda de 20 metros o outro jumareava em única 20 metros e assim iam revezando a guiada sempre parando em móvel e de vez enquanto nas paradas, trocamos uma ideia rápida eles tiraram umas fotos nossas e sumiram na nossa frente.
A fenda que entramos errados com
nossa carga de água já pendurada infelizmente perdemos um tempo precioso nesta
enfiada.
Hillo e eu mais embaixo aguardando
ele fazer o pendulo para a outra fenda para eu poder soltar a carga.
Continuei subindo e quando cheguei na parada do pendulo
observei que os caras seguiram por uma outra fenda a direita e perguntei se estávamos certos na
fenda que havíamos escolhido e eles falaram que podíamos subir por ali mas era
bem mais difícil e teríamos que fazer um artificial e um pendulo enorme no
final. Rapidamente falei com o Hillo e decidimos recuperar nossa carga de água
limpar a fenda e fazer uma presepada para pendularmos e agarra a fenda correta
da via que era linda super vertical com uns 150 metros toda assimétrica para
cams 4 e 3.
Marvio aguardando na parada após o
pendulo e Hillo soltando a carga na parada do pendulo.
Após toda a manobra que tivemos que fazer e nos tomou muito
tempo finalmente o Hillo voltou a guiar e fez o pendulo para a outra fenda
continuou subindo até uma parada em móvel na fenda e dela ele fixou as cordas,
eu subi até ele e novamente montamos o sistema para puxarmos os haubags. Marvio liberou nossa carga de água em seguida teve que rapelar até o outro haubag para soltá-lo. A cada puxada exigia uma força enorme para içar os sacos, neste ponto
tivemos que aguardar o Marvio chagar para darmos início a escalada novamente
mas desta vez na fenda certa.
Léo aguardando no início da fenda da
Stoveleg Crack.
Mal o Marvio chegou e já liberamos as cordas para o Hillo sair
guiando novamente por uma fenda lindíssima
a Stoveleg Crack, que era muito vertical e em alguns trechos até negativa. Infelizmente
tivemos que fazer uma parada na parada correta da fenda o que nos tomou
novamente um tempo enorme para soltarmos e içarmos os haubags para a parada
correta quando acabamos este tramite o dia já estava indo embora.
Hillo guiando a Stoveleg Crack uma
das fendas mais bonitas de toda a via com uma verticalidade e simetria surreal.
Começamos a perceber que o nosso objetivo de chegar na Dolt Tower naquele dia não seria possível estávamos doidos para chegar lá pois neste ponto já é quase o meio da via e o platô era muito bom para passarmos a noite mas acabamos fazendo mais uma enfiada curta e conseguimos portear tudo ainda na penumbra, o Hillo saiu para guiar mais uma enfiada já no escuro mas ele não conseguiu chegar no platô da Dolt Tower e teve que acabar dormindo em uma cova rasa sentado num buraco com um camundongo.
Léo e Marvio na Stoveleg Crack onde
passaram a terceira noite na vertical.
Acabou que eu e o Marvio tivemos que montar nosso
acampamento ali mesmo pendurados na verticalidade da fenda com um abismo
alucinante embaixo do ledge. Esta noite não foi nada fácil armar o ledge
estávamos exaustos com fome sede e vontade de ir ao banheiro que acabamos tendo
que fazer nossas necessidades ali no ledge mesmo. Mas depois de nos acomodarmos
e nos esticarmos no porta ledge tudo mudou e pudemos descansar tranquilamente
pois aquele tinha sido um dia longo de escalada e ralação.
CROQUI DA SEGUNDA PARTE DA THE NOSE.
CROQUI DA SEGUNDA PARTE DA THE NOSE.
6˚- DIA. “Dolt & El Cap Towers e a Quarta Noite na Vertical”.
Acordamos em meio a um visual alucinante, pois estávamos realmente numa parede vertical e com um visual de tirar o fôlego. foi um pouco difícil de sair do saco de dormir, mas o Hillo já estava berrando para que nos levantássemos logo para escalar, também
posso imaginar a noite que ele teve que passar naquela cova e estava doido pra
chegar na Dolt Tower logo.
Léo no amanhecer após o terceiro dia
dormindo na vertical na Stoveleg Crack.
Novamente começa aquela rotina de desmontar tudo e colocar
nos haubags toda a parafernália neste dia quando arrumamos os sacos percebemos
que estávamos com o nosso estoque de água pela metade e ainda teríamos 3 ou 4
dias de escalada pela frente e mais uma caminhada indigesta com mochilas
pesadas até o Campo 4.
Léo ainda no porta ledge montado em plena Stovleg Crack após a terceira
noite na vertical.
Senti que o Marvio estava meio desanimado e preocupado com o andamento da escalada e do nosso cronograma que estava com um atraso de dois dias, mas decidimos seguir em frente e rapidamente o Marvio começou a subir pelas cordas fixas até o Hillo que estava doido pra sair dali. Decidimos fazer um porteio até onde o Hillo tinha parado e depois ele saiu guiando o final da Stoveleg Crack e enfim chegamos na primeira torre da via a Dolt Tower.
Léo na Dolt Tower dando segurança pro
Hillo na fenda a direita e se abrigando do vento e do sol.
Assim que o Hillo chegou ele anunciou ! Água !Achei Água
aqui, na hora achamos que ele estava brincando porque estávamos falando que a
água estava na metade mas quando eu cheguei no cume da torre não pude acreditar
6 galões de água abandonados no platô.
Hillo guiando a fenda da El Cap Tower na via The Nose - EUA.
Hillo guiando a fenda da El Cap Tower na via The Nose - EUA.
Certamente naquela situação aquilo foi um presente dos
deuses das montanhas é claro que era uma água meio duvidosa mas para nós era a
garantia de completar a escalada com uma reserva de água para podermos cozinhar
e nos hidratar melhor pois naquela altura após 4 dias trabalhando a via e acabávamos de chegar a metade já estávamos esperando pelo menos mais 3 dias de
escalada naquele ritmo e se não fosse esta água certamente seriamos forçados a
descer antes de ficarmos totalmente desidratados e correr o risco de sermos
resgatados.
Foto panorâmica feita da Dolt Tower
para a El Cap Tower com o detalhe do içamento do haubag de água e porta ledge.
Rapidamente montamos o sistema puxamos os haubags e Marvio
chegou no platô para ver a água. Abrimos um galão e todos tomamos enchemos as
garrafas e já começamos a nos aprontar para chegar na El Cap Tower, Hillo já
foi fazendo o rapel da Dolt Tower para a fenda da El Cap Tower, acho que aquela
água deu uma dose de adrenalina na gente uma energia que acabamos esquecendo os problemas e acho que a partir daí começamos a curtir mais a escalada e acabou
que aquele dia foi o que mais rendeu fizemos 6 cordadas.
Léo subindo nas cordas fixas para
limpar a fenda da El Cap Tower.
Outro fator que nos deu uma tranquilidade foi o fato de
conseguirmos um contato telefônico na Dolt Tower e pudemos mandar notícias que estávamos bem. Enquanto Marvio descansava chegou a minha vez de subir e limpar
a fenda, fiz o pendulo e fui subindo limpando a fenda mas infelizmente quando cheguei no diedro no final da fenda percebi que dois friends que o Hillo
colocou para proteger na fenda acabaram entrando fenda adentro quando coloquei
o peso na subida e tive que soltar a corda e finalizar a subida
artificializando.
Léo na fenda da El Cap Tower.
Infelizmente não tinha como tocar nos friends e quando olhei de cima já tinha mais uns 5 friends agarrados no mesmo lugar era realmente um cemitério de friends. Quando cheguei no Hillo armamos o sistema e novamente fizemos a missão de içar a carga até um ótimo platô antes de chegar na El Cap Tower. Tivemos que esperar o Marvio subir para soltar a corda nos friends agarrados não podíamos correr o risco de agarra uma ponta ali.
Léo limpando a fenda da El Cap Tower.
Já reunidos o Hillo saiu para fazer a 15 enfiada da via que era bem tranquila, enquanto esperava descansando num platôrzinho Hillo gritou e Marvio já foi na sequencia e assim que chegou já agilizou o porteio dos haubags, soltei os sacos e minha hora de subir chegou desta vez fiz esta enfiada em livre para adiantar e também aproveitei para filmar a subida. Não conseguia acreditar que estava na El Cap Tower realmente era o melhor platô da via praticamente um hotel vertical, dava pra acomodar todos os três sem precisar de montar o porta ledge oque nos polparia tempo no dia seguinte e toda a nossa tralha ficava bem acomodada fizemos uma área com cozinha e uma outra de banheiro.
Marvio na Dolt Tower.
Tudo era muito intenso enquanto o Marvio dava segurança para
o Hillo continuar guiando mais uma enfiada para adiantarmos a escalada no dia
seguinte eu arrumava toda nossa tralha de equipamentos, comida e água em meio a
tudo isso parava para filmar e fotografar o Hillo e o Marvio fazer uma das
enfiadas mais expostas da via a Texas Flake, uma laca gigantesca que ficou de
pé apoiada no plato de cima da El Cap Tower. Na verdade era uma chaminé esquisita o Hillo acabou que fez
a chaminé toda sem proteger nada e depois acabamos achando uma chapa no meio
dela, já na sequencia o Marvio subiu no topo da laca e o Hillo começou a
guiar uma das enfiadas mais difíceis da via.
Com um início em artificial e em livre seguindo numa fenadinha onde os C1,2e3 são imprescindíveis para chega debaixo da famosa botinha que na verdade é uma laca em formato de uma bota muito famosa por ser o lance do King Swing ou seja o famoso pendulo gigantesco da The Nose. O Hillo encordoou todo o acesso até o pendulo que ficou para o dia seguinte. Cara foi difícil de esconder a emoção em saber que estávamos ali e que no dia seguinte íamos fazer aquela enfiada tão famosa.
Léo descansando num platôrzinho na 14
enfiada da The Nose e arrumando as tralhas para
serem içadas para a El Cap Tower.
Com um início em artificial e em livre seguindo numa fenadinha onde os C1,2e3 são imprescindíveis para chega debaixo da famosa botinha que na verdade é uma laca em formato de uma bota muito famosa por ser o lance do King Swing ou seja o famoso pendulo gigantesco da The Nose. O Hillo encordoou todo o acesso até o pendulo que ficou para o dia seguinte. Cara foi difícil de esconder a emoção em saber que estávamos ali e que no dia seguinte íamos fazer aquela enfiada tão famosa.
Marvio jumareando a fenda da El Cap
Tower e toda a nossa verticalidade.
Com um início em artificial e em livre seguindo numa fenadinha onde os C1,2e3 são imprescindíveis para chega debaixo da famosa botinha que na verdade é uma laca em formato de uma bota muito famosa por ser o lance do King Swing ou seja o famoso pendulo gigantesco da The Nose. O Hillo encordoou todo o acesso até o pendulo que ficou para o dia seguinte. Cara foi difícil de esconder a emoção em saber que estávamos ali e que no dia seguinte íamos fazer aquela enfiada tão famosa.
Léo chegando na El Cap Tower 15
enfiada da via The Nose.
Durante a noite estávamos super confortáveis na El Cap Tower
e ficávamos entre um gole de vinho e uma analisada no croqui de repente um barulho ensurdecedor perto de nós como se um monte de pássaros estivessem fazendo um voo azante , na verdade eram quatro basejamps que haviam saltado do cume do El Capitan e abriram seu velames já bem perto do vale já era quase a
noite pois o salto no parque é proibido mas sempre tem doido pra tudo e a noite
tava só começando de repente em uma parede a esquerda começou uma gritaria na
parede do El Cap que estava na nossa frente era uma escaladora que estava
passando maus momentos numa via e ficamos anoite acompanhando o seu progresso através das head lampes ate que ela chegou no porta ledge e fomos todos dormir
pois o dia seguinte seria especial e inesquecível.
Todos reunidos na El Cap Tower após
encordar até a fenfiada do famoso pendulo da via The Nose.
Nosso bivaque 5 estrelas no El Capitán
no quarto dia dormindo na vertical na El Cap Tower.
Detalhe da parede do El Capitan onde
passa a via The Nose, é possível ver a Dolt Tower, El Cap Tower, Texas Flake e
a famosa laca em forma de uma bota onde é feito o famoso pendulo da via o King
Swing.
CROQUI DA TERCEIRA PARTE DA VIA THE NOSE.
7˚-DIA. ”King Swing O Famoso Pendulo da The Nose e o Quinto dia Dormindo na Vertical”.
Pela primeira vez conseguimos acordar ainda com o dia começando
a clarear e já estava quase tudo no esquema para começarmos a escalar. O Hillo
começou a subir as cordas fixas até a
Texas Flack na sequencia eu já fui
subindo e logo estávamos os dois encima da laca e sem perder tempo começamos a
içar a carga para o topo da laca. Enquanto eu dava segurança para o Hillo o Marvio ia subindo
pelas cordas fixas e em poucos minutos o Hillo conseguiu chegar no topo da laca
em forma de bota para armar o pendulo do King Swing. A nossa estratégia era
para o Marvinho subir limpando e soltaríamos os haubags de cima da laca após o
Hillo conseguir fazer o pendulo voltando para a outa face da parede do El
Capitan e pegando uma outra sequencia de fendas.
Hillo ainda jumareando para fazer o
Famoso Pendulo “King Swing” da via The Nose.
Quando o Marvio chegou no Hillo ele armou o rapel dele e começou a descer o Hillo para fazer o pendulo acabamos erando na altura e acada tentativa ele descia o Hillo mais e mais até que ele já estava a poucos metros de onde eu estava e ai ele foi la na frente pegar um embalo. Cameras ligadas e o cara começou a correr na parede que nem um louco com um abismo de 500 metros abaixo e uma plateia enorme lá no parque parada vendo agente fazer um dos pêndulos mais famosos do mundo. E lá foi o Hillo, !Ufa quase, mais uma vez aproveitando o embalo e meio que catando cavaco o cara se jogou pro outro lado da parede e sumiu realmente muito loco esse meu brother Hillo Santana.
Léo na parada da Texas Flake.
A vibração tomou conta da gente pensamos agora nada pode nos parar vamos fazer cume e rapidamente Marvio começou o rapel para onde o Hillo estava e em seguida começamos a içar a carga para o outro lado da parede que estávamos. Tive que fazer toda uma manobra para soltar os haubags devido ao enorme pendulo que acabou ficando uma diagonal enorme entre agente. Após içada a carga puxei toda a sobra de corda armei um rapel para tirar o máximo de pendulo possível e quando a corda acabou dei um voo até as cordas alinharem na parada e eu poder começar a subir.
A El Cap Tower vista de cima da laca
da Texas Flack.
Assim que cheguei na parada era uma loucura um bololo de
corda equipamentos mas queríamos fazer aquele dia render e logo alinhamos as
cordas e o Hillo seguiu guiando por uma sequencia de fendas muito bonitas que
ele conseguiu fazer quase tudo em livre adiantando bastante a guiada. Até
chegar em uma parada onde tivemos que fazer todo o trabalho de içamento de
carga mas desta vez estávamos muito entrosados e fizemos tudo muito rápido.
LÉO DESCANSANDO EM CIMA DA TEXAS FLAKE..
Já na sequencia o Hillo guiou mais uma enfiada onde acabamos
nos deparando com uma travessia para a esquerda de uns 20 metros. Neste ponto
tivemos que montar um corredor para atravessarmos a carga para o outro lado da
parede, levamos um pouco de tempo nesta manobra mas ainda tínhamos umas 4 horas
de luz e queríamos chegar no Campo IV da via e se possível deixar o Geat Roof
encordado para adiantarmos o dia seguinte.
Marvio subindo para limpar a enfiada
do King Swing que vai até o topo da Boot Flake onde o pendulo é feito.
A famosa laca em forma de bota.
Feita a travessia da carga o Hillo guiou a enfiada que deu no Campo IV da via The Nose na P-21 e assim que as cordas foram fixadas eu comecei a subir pois o dia já estava indo embora e ainda tínhamos que encordar as duas próximas enfiadas. Armamos o sistema e puxamos toda a carga para o Campo IV que não era dos melhores platôres mas dava para um dormi nele mas novamente tivemos que armar o porta ledge para os outros dois dormirem o que nos tomava muito tempo pela manha para nos arrumarmos para começar a escalar.
Hillo guiando uma enfiada em livre após
o Pendulo do King Swing.
Assim que o Marvio chegou o Hillo saiu para encordar mais uma enfiada e deixar as cordas fixas para o dia seguinte mas como escureceu ele só encordou uma enfiada ficando a enfiada do Geat Roof para o dia seguinte. Feita a travessia da carga o Hillo guiou a enfiada que deu no Campo IV da via The Nose na P-21 e assim que as cordas foram fixadas eu comecei a subir pois o dia já estava indo embora e ainda tínhamos que encordar as duas próximas enfiadas.
Marvio já com as mãos enxadas devido ao esforço para jumarear e manusear a corda após dias na montanha.
Léo içnado uma carga para a travessia
de 20 metros que tivemos que armar um corredor.
Armamos o sistema e puxamos toda a carga para o Campo IV que não era dos melhores platôres mas dava para um dormi nele mas novamente tivemos que armar o porta ledge para os outros dois dormirem o que nos tomava muito tempo pela manha para nos arrumarmos para começar a escalar. Assim que o Marvinho chegou o Hillo saiu para encordar mais uma enfiada e deixar as cordas fixas para o dia seguinte mas como escureceu ele só encordou uma enfiada ficando a enfiada do Geat Roof para o dia seguinte.
Marvio e Hillo na travessia dos haubags com o corredor que armamos.
Léo na travessia do corredor.
Aquela noite foi bem cansativa era nossa quinta noite na montanha dormindo na vertical e constatamos que já estávamos quase sem água e teríamos mais dois dias de escalada e uma caminhada pela frente o que nos fez ascender o alerta quanto a água e nos obrigou a tomar uma decisão a partir de amanhã só vai poder beber água quando todos puderem beber juntos . Nos tentamos consumir o máximo de comida possível naquela noite para ficarmos mais leves no dia seguinte uma vez que o haubag da água estava bem mas leve e tentaríamos içar tudo de uma só vez a partir de agora numa rabiola.
Marvio dando uma segue pro Hillo
fazer a enfiada para o Campo IV da via.
Marvio na P-20 da The Nose e a base a
direita.
A noite estava mais fria e com um visual do Great Roof sobre nossas cabeça era realmente alucinante aquela vista ficamos imaginando como ia ser na manhã seguinte vencer aquela fenda que parecia muito lisa. Enquanto ia caindo no somo ficava pensando que minha mulher deve estar doida por noticias nos pois tinha dois dias que não mandava uma mensagem quando entramos no enorme diedro no final da via que deve ter uns 200 metros ou mais perdemos o sinal do celular que só voltaria a funcionar no cume quando conseguimos sair do diedro.
Léo dando uma segue pro Hillo no
Campo IV.
Hillo encordando a enfiada 22 da via
antes do Great Roof.
Acabou que desta vez o Marvio dormiu no platô e o Hillo comigo no ledge, estávamos dormindo tranquilos quando de madrugada o porte ledge simplesmente virou e o Hillo ficou pendurado pela cadeirinha, passado o susto regulamos novamente o ledge e voltamos a dormir pois o dia seguinte seria o piro para todos nos.
Léo no porte ledge na quinta noite
dormindo na vertical.
CROQUI DA QUARTA PARTE DA VIA THE NOSE.
8˚-DIA. ”Quedas e Mais Quedas e a Sexta Noite Dormindo na Vertical”.
Acordamos um pouco tarde o que nos custaria ter que escalar
o máximo durante o dia e um pouco anoite porque estávamos sem água isto era um
fato e outro que já estávamos ficando exaustos de ficar naquela parede que nunca
acabava acada platô que chegávamos outra parede enorme se revelava a nossa
frente e sempre muito vertical ou negativa. Novamente caímos na rotina de
arrumar tudo e colocar dentro dos haubags o Hillo já estava subindo logo em
seguida o Marvio também subiu e sobrou a tarefa de soltar a carga para mim. Pedi para eles darem um leve e fui colocando tudo de uma só vez
primeiro o haubag grande em seguida o de água que estava bem mais vele depois o
porta ledge e por último o shiit tube. Soltei tudo bem devagar e os caras foram
subindo tudo de uma vez só foi uma tarefa árdua mas que nos poupou um tempo
precioso.
Nos no platô do Campo 4 da The Nose.
Quando eu cheguei na parada o Hillo estava começando a guiar a fenda inicial do Great Roof, rapidamente saquei a máquina e comecei a filmar e a fotografar pois aquela sem dúvida é a parte mais estética da via ou melhor dizendo é a parte mais bonita de toda a via. O escalador vai guiando a fenda que passa por de baixo de um teto bicudo e a fenda vai ficando arcada para a direita e quando o escalador chega na sua última ponta tem que sair em livre para ganhar um platô. Mesmo artificializar este teto não é muito fácil pois a parede parece que foi totalmente polida não dava pra imaginar como a LynnHill conseguiu fazer aquilo ali em livre na década de 80 ou pior ainda o Alex Honnold solando aquilo anoite.
Léo soltando toda a carga no Campo IV
da The Nose, neste ponto é possível ver a base da via e todo o caminho que
percorremos até ali.
O Hillo guiou o teto super rápido e chegou na P-23 fixando as cordas para que eu pude-se subir e limpar a fenda do teto. Aquela altura ainda era difícil de acreditar que ainda faltavam 10 enfiadas para o cume mas fui subindo tranquilo e filmando o máximo que pude, fiquei emprisionado com a quantidade de equipamentos abandonados no teto tinha de tudo Friends, nuts, tricans, pitões, fitas , mosquetões e cordeletes todo estes equipamentos ajudam e muito na hora da guiada pois como já falei o negócio é lizéba.
No detalhe a parede final da via The
Nose como destaque para o Great Roof e o enorme diedro no final da via.
Tive que ficar ligado no final da limpeza pois os pêndulos eram inevitáveis mas não tive problemas para realizar a tarefa e logo estava junto ao Hillo para mais uma puxada de cargas desta vez tudo de uma só vez.
O Great Roof da via The Nose no El Capitan
O Hillo subiu quase ela toda em livre e quando vimos ele já
estava na parada e desta vez foi o Marvio que subiu limpando. Feita mais uma
missão de içamento eu fui subindo muito
rápido pelas cordas e quando cheguei o Hillo saiu para mais uma guiada que iria
nos levar até o Campo V da via.
Hillo guiando o Great Roof.
Léo Limpando o Great Roof e Hillo já
na parada da P-23.
Estávamos super tranquilos na parada enquanto o Hillo guiava uma fenda meio que um diedro quando de repente sem nenhum aviso escutamos um barulho e o Hillo despenca do diedro e acaba batendo em cima do Marvio e caindo do meu lado. Não esperávamos que ele iria cair ali pois parecia tranquilo infelizmente a corda estava com uma barriguinha de chopp e o cara acabou voltando na parada depois de cair uns 5 metros.
Léo Limpando o Great Roof e Hillo já
na parada da P-23.
Léo Limpando o Great Roof e Hillo já na parada da P-23.
Na mesma hora dei um leve no Hillo e perguntei se ele estava
machucado ele reclamou de estar sentindo muita dor no tornozelo esquerdo mas
que não tinha quebrado, ficamos todos tensos com aquela situação que ainda não
havia acontecido durante todos estes dias e voltamos a lembrar o quanto este esporte é perigoso e os sentidos voltaram a ficar mais aguçados quanto a
segurança. Mais tarde ficamos sabendo que o Hillo teve micro fissuras no
tornozelo.
Perguntei ao Hillo se ele queria que eu guias esta enfiada para ele se recuperar mas o cara falou que era melhor continuar enquanto o corpo estava quente e então lá foi ele novamente para o diedro mas desta vez ficamos mais atentos quanto a corda e demos um apoio moram no doutor. Passado o susto o Hillo conseguiu chegar na parada do Campo V e eu subi logo em seguida o dia já estava chegando ao fim quando comecei a içar nossa carga e quando o Marvio chegou nos restavam apenas poucos minutos de luz decidimos continuar noite adentro até o Campo VI para adiantar a escalada no dia seguinte uma vez que ainda tinha parede pra cima.
Toda nossa carga sendo
içada de uma só vez para a P-23.
Perguntei ao Hillo se ele queria que eu guias esta enfiada
para ele se recuperar mas o cara falou que era melhor continuar enquanto o
corpo estava quente e então lá foi ele novamente para o diedro mas desta vez
ficamos mais atentos quanto a corda e demos um apoio moram no doutor. Passado o
susto o Hillo conseguiu chegar na parada do Campo V e eu subi logo em seguida o
dia já estava chegando ao fim quando comecei a içar nossa carga e quando o Marvinho chegou nos restavam apenas poucos minutos de luz decidimos continuar
noite adentro até o Campo VI para adiantar a escalada no dia seguinte uma vez
que ainda tinha parede pra cima.
Léo com as mão detonadas.
Hillo guiando a Pancake
Flack uma das fendas mais alucinantes da via.
Assim que o Hillo chegou na parada e gritou que as cordas estavam fixas não perdi tempo coloquei a bandoleira a mochila do camel beck e comecei a subir limpando a fenda já cheguei exausto no platô onde o Hillo estava e querendo me livrar logo do peso da bandoleira acabei dando o maior vacilo de toda a escalada passei os braços pela a bandoleira e a tirei quando ouvi o barulho de alguma coisa caindo no vazio e na mesma hora percebi que tinha deixado cair minha mochila do camel bek, com minha câmera e outras coisitas mais dentro da mochila !Puts que mole fui tomado de uma sensação de hipotecnia pois sabia que seria praticamente impossível reaver a câmera e todas as imagens que tinha feito , foda um chip de 16 gigas foi literalmente pro saco.
O diedro onde o Hillo
caiu pela primeira vez na via antes do Campo V.
Assim que o Hillo chegou na parada e gritou que as cordas estavam fixas não perdi tempo coloquei a bandoleira a mochila do camel beck e comecei a subir limpando a fenda já cheguei exausto no platô onde o Hillo estava e querendo me livrar logo do peso da bandoleira acabei dando o maior vacilo de toda a escalada passei os braços pela a bandoleira e a tirei quando ouvi o barulho de alguma coisa caindo no vazio e na mesma hora percebi que tinha deixado cair minha mochila do camel bek, com minha câmera e outras coisitas mais dentro da mochila !Puts que mole fui tomado de uma sensação de hipotecnia pois sabia que seria praticamente impossível reaver a câmera e todas as imagens que tinha feito , foda um chip de 16 gigas foi literalmente pro saco.
Hillo guiando a fenda
da Glovering Spot local onde ele caiu pela
segunda vez devido o desprendimento de um friend.
Como chorar não ia resolver nada fiz a missão do içamento da carga com uma tremenda dor de corno e falei para o Marvio subir já eram mais de 2 horas da madrugada e decidimos dormi ali mesmo naquele platô onde mal dava pra dormir uma pessoa bem. Deixamos toda a carga pendurada no abismo e nos esprememos no platô para passar a noite foi sem dúvida uma das piores noites em montanha que passei tive que dormir de conchinha na beirada do platô e quando não aguentava mais colocava as pernas e os braços pra fora do platô no vazio e voltava pra concha até que enfim o dia começou a clarear e aquele dia de quedas avia acabado.
CROQUI DA QUINTA PARTE DA VIA THE NOSE.
9˚-DIA.”A Realização De Um Sonho”.
Assim que o dia ameaçou a clarear já estávamos todos de pé para tomarmos um gole de água e continuarmos a escalada que na aquela altura já não tinha mais volta teríamos que sair da parede naquele dia nem que fosse anoite e sem água. Imediatamente sem perder tempo o Hillo guiou a parte que faltava para chegarmos no Campo VI que era muito melhor do que o platô que dormimos. Ali fizemos o primeiro porteio e o Hillo seguiu guinado uma fenda e depois um artificial, esta enfiada demorou muito acho que todos já estávamos exaustos e meio desidratados com os pés e mão enxados e calejados mas continuamos seguindo em frente. E mais uma parada mais uma puxada de haubags que na quela altura já estavam até leves comparados com o começo da escalada.
A última foto quem tiramos no final da via com a
base da The Nose lá em baixo.
Ficamos numa frenesia de sair da parede que nem paramos para tirar fotos da escalada no último dia só pensávamos em sair da parede e achar água. Mais uma fenda interminável e para piorar o sol tinha chegado com força e estávamos torrando, ficávamos procurando um abrigo do sol um buraco para enfiar a cabeça não víamos a hora de nos mover e acabar com aquilo logo. Assim que o Hillo chegou na P-29 falamos agora só falta duas enfiadas puxamos novamente toda nossa carga e o Hillo saiu para guiar a P-30 que para variar era a enfiada mais negativa da via com um artificial de chapas num negativo que era quase um teto e vimos o Hillo parar na borda dele e gritar em alto e bom som cume estou vendo o pinheiro do final da via, novamente uma dose de adrenalina nos invadiu e o Marvio sem perder tempo começou a subir.
Léo, Marvio e Hillo reunidos no cume do El Capitan após 7 dias de escalada juntos a o pinheiro que marca o final da via The Nose.
Acabamos fazendo uma presepada no final da via amarramos toda nossa carga na corda estática e eu fui subindo em única limpando a P-30 o dia estava acabando e não víamos a hora de chegar no cume e tentar achar a trilha de descida ainda com luz. Cheguei na parada e o Hillo já saiu para fazer a última enfiada da via a P-31 e abraçar o pinheiro que marca o final da via estávamos com a garganta seca mas ainda tinha muito trabalho a fazer. Eu e Marvio acabamos de fazer a última puxada de carga !Puts aquele tormento havia acabado agora era só jogar tudo no cume e beber o último gole de água que na verdade nem fez muito efeito.
Léo e Hillo no cume
curtindo os últimos raios de sol.
s que não deu para curtir o cume como desejávamos pois a noite já estava chegando e ainda tínhamos que colocar tudo dentro dos haubags e achar a trilha quando conseguimos acabar de arrumar tudo já estava escuro e começamos a andar para a direita do cume meio que atordoados ainda por ficar tanto tempo sem caminhar e cada um com uma mochila indigesta nas costas logo percebi que estávamos nos encaminhando para o penhasco da via Zodiac e falei para os caras que deveríamos ir para a esquerda e subir mas eles só pensavam em parra e dormir ali mesmo. Pedi ao Marvio para ver o guia e percebi que na verdade não estávamos no cume do El Cap e sim no costão onde acabam as vias pois o cume é uma enorme rampa até o o topo do vale. Deixei a mochila e fui subindo a esquerda até achar um totem mais um outro totem e percebi que estava na trilha, voltei até os caras e falei para continuarmos subindo para a esquerda e lá fomos nos cambaleando.
Hillo no cume do El
Capitan com o Half Dome ao Fundo.
Acabamo
Achamos uma área de camping toda trabalhada em pedra com área de fogueira e tudo mas falei para continuarmos andando pois não queria dormi ali e acordar no dia seguinte sem água e com um sol escaldante na cabeça certamente íamos cair duros um pra cada lado. Fomos subindo seguindo os totens e quando chegamos no cume do El Cap achamos a trilha para a cachoeira que era a mesma para o Campo 4. Fui andando na frente e de repente pisei em uma poça vi que a terra estava úmida e segui o rastro até que achei um bambu de onde escoriam 3 filetes de água e fiquei doido e comecei a gritar pros caras !Água !Água ! Water.....
Marvio ainda incrédulo com o nosso feito e o visual do cume do El Capitan.
Rapidamente sacamos as garrafas e enchemos os galões, é difícil de descrever o que sentimos quando bebemos aquela água geladinha após 7 dias de escalada. Na hora deu pra sentir o corpo se hidratando novamente, agora com água só pensávamos em um lugar para descansar pois estávamos no nosso limite e acabamos dormindo ali no meio da trilha mesmo colocamos as tralhas todas envolta da gente e penduramos a comida e o lixo numa árvore e desmaiamos.
10˚- DIA. ”8 milhas de Caminhada com 35 Kilos nas Costas”.
Pela primeira vez acordamos sem pressa e com água, mas nem imaginávamos o tamanho da caminhada que nos esperava até o Campo 4. Arrumamos novamente os haubags tiramos umas fotos do nosso acampamento e começamos a andar pois tínhamos mais 8 milhas de descida até o Campo 4 cerca de 5 a 6 horas. O início da caminhada é realmente lindo muitas árvores gigantes de um pinheiro lindo e com o visual do vale lá embaixo. A medida que íamos descendo íamos encontrando placas de ferro informando as trilhas da região e a distância do Campo 4 onde a trilha acabava.
Léo e Hillo no
acampamento no meio da floresta de pinheiros de Yosemite Vale.
Conforme íamos descendo íamos encontrando pessoas na trilha e Marvio falava com todos que havíamos acabado de escalar a The Nose era muito engraçado. Depois de 3 horas de caminhada chegamos na famosa trilha da Cachoeira este caminha é todo trabalhado em pedras ele era muito antigo é muito bonito neste ponto começamos a descer entre o El Capitan e a Cachoeira com uma paisagem impressionante do Yosemite Vale e do Half Dome. A descida era interminável e já estávamos com as pernas no limite mas tínhamos que continuar o melhor era desfrutar da paisagem e trocar uma ideia com as pessoas na trilha algumas delas pediam para tirar foto com minha mochila, outras ofereciam água, comida ou davam mensagens de apoio.
Léo na caminhada para o
Campo 4.
Mais umas horas de descida e já dava para perceber que
estávamos quase no fundo do vale e quando as pernas já estavam perdendo os sentidos
cheguei nos campos de Boulders do Campo 4 e enfim a casinha do posto de
controle da entrada do Campo 4 estava
com a batata da perna explodindo doido pra descansar mas quando olhei a fila
para acampar no Campo 4 estava praticamente vazia entrei nela pois não tínhamos
onde acampar e naquela noite precisamos de um local bom para descansar e
dormir e não tinha lugar melhor que o Campo 4.
Placa no meio da trilha
para o Campo 4 informando sobre a vida selvagem e os deslizamentos de rocha.
Em seguida o Hillo chegou e logo depois o Marvio fizemos nosso registro no Campo 4 pegamos a chave da nossa caixa metálica para colocar a comida e fomos montar as barracas rapidamente pois queríamos corre logo para tomar um bom banho quente e fazer a barba pois já estávamos 7 dias sem saber o que era isso.
A famosa Cachoeira de
Yosemite Fall, infelizmente nesta época ela estava com o volume de água muito
baixo.
Foi o melhor banho da minha via apesar da dificuldade pra andar todo duro que nem um velho até a lanchonete pois depois do balho só pensávamos em uma comida bem gordurosa kkkk. Compramos umas cervejas e voltamos para o Campo 4 pois já estava escurecendo. Assim que cheguei peguei o carro e fui mais uma vez na base do El Capitan para tentar achar minha câmera e o friend do Hillo que ele deixou cair mas infelizmente só achei a tampa da panela que o Marvio tinha deixado cair dei mais um abraço no El Capitan agradeci por tudo que vivi e aprendi na quela escalada e voltei para o Campo 4 pois já estava quase dormindo em pé de tanto cansaço.
Marvio no Campo 4.
Mas quando cheguei no acampamento para enfim tomar uma cerveja com os caras e agradecer pela escalada um grito
HILLLLLLLOOOOO, e respondemos !Oi, e um amigo do Hillo la do Rio apareceu era o
Jorge Pereira e sua namorada acabamos trocando uma ideia bebendo umas mas como
estava exausto acabei indo dormi e deixando todos lá na mesa.
Léo,Marvio, Hillo e Jorge tomando uma cerveja no Campo 4.
11˚-DIA. ”Despedindo-se do Gigante”.
No dia seguinte acordamos mais tarde que de costume eu mal conseguia andar sem sentir os músculos da perna retraídos e o dedão do pé direito e dois da mão estavam completamente dormentes. Mas levantei e começamos a colocamos toda nossa tralha para fora e começamos a separa os equipamentos e acabamos dando conta que estava faltando muita coisa que acabou sumindo misteriosamente durante a escalada. Tudo pronto arrumamos o carro desta vez estava mais tranquilo e pegamos a estarda em direção a San Francisco com uma sensação de missão cumprida e já com saudades daquele lugar incrível e lindo.
Marvio e Léo separando
os equipos no Campo 4.
Visual do mirante na
beira da estrada de Yosemite Vale.
Léo no mirante na
estrada de Yosemite Vale apreciando a parede que acabara de subir.
Antes de ir embora decidimos voltar pela outra rodovia que tem uma das vistas mais famosas de Yosemite com o El Captan e o Half Dome com o visual de todo o vale de Yosemite. E assim nos despedimos daquela montanha incrível onde convivemos durante 9 dias.
Léo se despedindo do El
Capitan.
Nunca
desista dos seus sonhos.